A Ilha Misteriosa - Cap. 22: CAPÍTULO IV Pág. 142 / 186

punha: Nab, sem notícias durante todo aquele tempo, podia meter-se a caminho, desguarnecendo a Casa de Granito e incorrendo no perigo de cair, também ele, nas mãos dos piratas! Mas como comunicar com ele sem o telégrafo? O engenheiro meditava nesta questão quando, ocasionalmente, pousou os olhos no fiel Top... Era isso mesmo! O cão seria o seu correio! Meia hora lhe bastaria para percorrer o caminho entre o curral e a Casa de Granito, que conhecia bem, para além de poder passar despercebido.

O repórter arrancou uma folha do inseparável caderninho e escreveu rapidamente:

"Harbert foi ferido. Estamos no curral. Mantém-te alerta e não saias daí. Diz se os piratas já apareceram nas imediações. Manda resposta por Top."

Cyrus prendeu o bilhete à nova coleira de fibras vegetais que o cão trazia ao pescoço e limitou-se a apontar o caminho de casa, repetindo em tom imperativo:

- Casa! Nab! Nab! Casa! Vai, Top... Vai!

O inteligente animal desapareceu imediatamente entre a folhagem. Os colonos, barricados na cabana, esperaram com ansiedade o regresso de Top. Cyrus postara-se atrás da porta de carabina aperrada, pronto a abri-la ao primeiro latido.

Cerca do meio-dia, ouviu-se uma detonação logo seguida de intenso tiroteio. O engenheiro foi entreabrir o portão; assim que avistou uma espiral de fumo a pairar junto de uma árvore, fez fogo nessa direcção.

Quase imediatamente, Top entrou de rompante no curral. Smith, depois de trancar novamente o portão, sacou do papel que ele trazia ao pescoço e leu em voz alta:

"Nada de piratas por aqui. Mantenho-me alerta. Melhoras para o Sr. Harbert."

A lacónica nota de Nab era animadora. Contudo, por outro lado, estavam cercados pelos bandidos, agora cinco, mas bem armados e com intenções que não deixavam margem para dúvidas.





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