A Ilha Misteriosa - Cap. 13: CAPÍTULO II Pág. 77 / 186

- Veremos, veremos! - respondeu o engenheiro.

- Mas até lá, convinha guardar tudo em lugar seguro lembrou o jovem negro.

Nab tinha razão. Era impensável carregar aquele material tão pesado até à Casa de Granito e, enquanto não houvesse caminho para trazer a carroça, o importante achado devia ficar escondido. Assim sendo, arrastaram a tela e os restos do balão até à enseada e puseram tudo a bom recato numa espécie de gruta dissimulada entre os penhascos.

Nestes trabalhos foi a tarde passando, de modo que já escurecia, quando os colonos contornaram o cabo da Garra para a baía dos pântanos. Daí a nada, chegavam ao local onde, uns dias antes, haviam recolhido o caixote e, nesse momento, realizaram que toda a expedição à costa ocidental e litoral sul da ilha Lincoln não só não lhes fornecera a mais pequena explicação para tão misterioso achado, como em nada esclarecera a questão do grão de chumbo encontrado no pecari! Estava escrito que aquele dia, 1 de Novembro, não acabaria sem que ocorresse outro acontecimento inesperado... e providencial! Preparava-se Pencroff para cortar uns quantos troncos e improvisar uma jangada que lhes permitisse atravessar o Mercy e chegar a casa, quando, subitamente, o jovem Harbert, que passeava ao longo da margem do rio, gritou, apontando para montante:

- O que é aquilo que ali vem rio abaixo?

- Mas é o nosso bote, macacos me mordam! Pelos vistos, partiu-se a amarra... Ora não podia aparecer em melhor altura!

Era, efectivamente, o bote dos colonos que voltava sozinho da nascente do Mercy, arrastado pela corrente da vazante. Nab e o marinheiro, munidos de varapaus, correram a suster a embarcação e puxaram-na para a margem. Cyrus Smith foi o primeiro a embarcar, verificando que a ponta da corda estava gasta como se tivesse roçado constantemente contra uma superfície áspera.





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