Lembrou-lhe o seu compadre, o francisco melro da pena, um taverneiro de olhos estrábicos, de alcunha o alma negra, um que o tinha avisado, quando a malta da patuleia tencionava agarrá-lo. O melro rompera relações com o Zeferino, por causa da partilha de uns dinheiros apanhados na mala do correio de Guimarães, e dizia hiperbolicamente ao seu compadre que o Zeferino, quando andara na patuleia, era ladrão como rato.
O melro era má bisca. Estivera três anos na relação como cúmplice num homicídio que se fizera na sua tasca. Vivia apertadamente com mulher e quatro filhos, e não cessava de pedir empréstimos ao compadre desde que o avisara. Quando o Simeão foi espancado, o melro logo lhe disse era segredo que quem lhe batera fora o Zeferino, com as costas guardadas par dois pimpões do monte Córdova. E acrescentou: - ele bem sabe a quem as faz. Havia de ser comigo ou com pessoa que me doesse...
O Feliciano deu um passeio para os lados da pena, onde morava o compadre. Disse-lhe que ia ver a quinta da comenda que se vendia; que lha fosse mostrar. Conversaram; e, no regresso, pararam em frente de uma casa com três janelas e um quintal espaçoso.
- É aqui - disse o melro.
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