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Capítulo 17: CAPÍTULO XVI

Página 160
brasileiro pôs o monóculo e leu um bilhete pregado na porta com quatro tachas: domingo, às 10 da manhã, depois da missa, vai à praça a quem mais der sobre a avaliação judicial de 500$000 réis esta casa, dízima a deus, para partilhas. O Feliciano leu, retirou-se apressado para que o não vissem, murmurando quaisquer palavras a que o compadre melro respondeu:

- Vossoria então está a ler! Tão certo tivesse eu o céu como tenho a casa...

Feliciano seguiu para Prazins e o melro disse aos fregueses da taverna que o seu compadre ia comprar a quinta da comenda, e que estivera a ler o escrito da casa do cambado que se vendia, e dissera que talvez a comprasse para a dar a um afilhado...

- Ao teu pequeno?! - perguntavam.

- Pois a quem há de ser! Aquilo é que é um homem às direitas!

- Ele não sabe o que tem de seu. Tanto lhe monta dar-te a casa como a mim pagar-te um quarteirão de aguardente - encareceu um pedreiro. - Anda agora a trabalhar no palácio da retorta. Que riqueza! Parece um mosteiro. Pelos modos vai para lá viver logo que case com a marta. Lá o mestre Zeferino rebenta que o leva os diabos! Isso diz que dá cada arranco...

- O Zeferino, a falar a verdade, tem razão - disse o melro. - o Simeão tinha-lha prometido. Gente sem palavra que a leve o diabo! Eu, se fosse comigo... Mas, enfim, é irmão do meu compadre... Não devo dizer nada. Que se governem.

O melro, às 8 da noite, quando os fregueses desalojaram, fechou a taverna; e, espreitando se os pequenos dormiam, disse à mulher:

- A casa do cambado é nossa, mas é preciso vindimar o Zeferino...

- Credo! - exclamou a mulher com as mãos na cabeça. - nossa senhora nos acuda!

- Leva rumar! - e punha o dedo no nariz.

- Ó Joaquim, ó marido da minha alma, lembra-te dos três anos que penaste na cadeia! Olha para aqueles quatro filhos!.

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pág. 160 (Capítulo 17)

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Capa do livro A Brazileira de Prazins
Páginas: 202
Página atual: 160

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I 9
CAPÍTULO II 15
CAPÍTULO III 21
CAPÍTULO IV 32
CAPÍTULO V 46
CAPÍTULO VI 52
CAPÍTULO VII 59
CAPÍTULO VIII 67
CAPÍTULO IX 74
CAPÍTULO X 84
CAPÍTULO XI 101
CAPÍTULO XII 113
CAPÍTULO XIII 121
CAPÍTULO XIV 130
CAPÍTULO XV 141
CAPÍTULO XVI 157
CAPÍTULO XVII 166
CAPÍTULO XVIII 173
CAPÍTULO XIX 182
CAPÍTULO XX 190
CONCLUSÃO 196