A Origem das Espécies - Cap. 12: CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA Pág. 408 / 524

Em muitas ilhas, as produções nativas são quase igualadas ou mesmo superadas numericamente pelas naturaliza das; e se as nativas não foram efectivamente exterminadas, o seu número terá sido consideravelmente reduzido e este é o primeiro estágio no sentido da extinção. Uma montanha é uma ilha em terra; e as montanhas intertropicais antes do período glacial teriam de estar completamente isoladas; e creio que as produções destas ilhas em terra cederam perante as que foram produzidas nas áreas maiores do norte, tal como as produções das ilhas genuínas cederam recentemente em todo o lado às formas continentais, naturalizadas pela acção humana.

Estou longe de supor que se elimina todas as dificuldades da perspectiva aqui apresentada no que se refere à distribuição e afinidades das espécies próximas que vivem nas zonas setentrionais e meridionais temperadas e nas montanhas das regiões intertropicais. Muitíssimas dificuldades continuam por resolver. Não finjo indicar com exactidão todas as rotas e meios de migração, ou a razão por que certas espécies e não outras migraram; por que certas espécies se modificaram e deram origem a novos grupos de formas e outras permaneceram inalteradas. Não podemos esperar explicar tais factos, antes de sabermos por que razão uma espécie e não outra se naturaliza numa região alienígena por meio da acção humana; por que razão uma tem uma distribuição duas ou três vezes maior e é duas ou três vezes mais comum do que outras espécies nos seus próprios ambientes.

Afirmei que muitas dificuldades permanecem por resolver: algumas das mais extraordinárias são formuladas com admirável clareza pelo Dr. Hooker nas suas obras botânicas sobre as regiões antárcticas. Estas não podem ser discutidas aqui. Direi apenas





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