Ao observar a natureza, é acima de tudo necessário manter sempre presente as considerações anteriores - nunca esquecer que de cada ser orgânico singular à nossa volta se pode afirmar que se esforça ao máximo por crescer numericamente; que cada um vive através de uma luta num dado período da sua vida; que uma pesada destruição atinge inevitavelmente os jovens ou os velhos, em cada geração ou em intervalos recorrentes. Atenue-se qualquer obstáculo, mitigue-se a destruição por pouco que seja, e quase de imediato a espécie crescerá numericamente, quase sem limite. Pode-se comparar o rosto da natureza a uma superfície maleável, com dez mil cunhas afiadas apertadas juntas e impelidas para dentro por golpes incessantes, por vezes atingindo-se uma cunha e depois outra com maior força.
Aquilo que restringe a tendência natural de cada espécie para crescer numericamente é muitíssimo obscuro. Observe-se a espécie mais vigorosa; a sua tendência para proliferar é directamente proporcional à sua abundância numérica. Não sabemos exactamente quais as restrições, mesmo num só caso.