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Capítulo 4: CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA

Página 73

Em estado de natureza, quase todas as plantas produzem semente, e, entre os animais, pouquíssimos são os que não acasalam anualmente. Portanto, podemos afirmar confiantemente que todas as plantas e animais tendem a aumentar a um ritmo geométrico, que todos ocupariam muitíssimo rapidamente cada local onde pudessem de alguma maneira existir e que a propensão geométrica, para aumentar, tem de ser travada pela destruição num qualquer período da vida. A nossa familiaridade com os animais domésticos maiores tende, segundo creio, a induzir-nos em erro: não os vemos sofrer uma grande destruição e esquecemos que são anualmente abatidos aos milhares para servirem de alimento, e que em estado de natureza teriam de ser destruídos em igual número, de alguma maneira.

A única diferença entre os organismos que anualmente produzem ovos ou sementes aos milhares e os que produzem um número extremamente reduzido, é que os procriadores lentos demorariam mais alguns anos a povoar, sob condições favoráveis, uma região inteira, por muito grande que fosse. O condor põe um par de ovos e a avestruz uma vintena e, no entanto, na mesma região, o condor pode ser o mais numeroso dos dois: o fulmar glacial põe apenas um ovo, porém, acredita-se que é a ave mais numerosa do mundo. Uma mosca deposita centenas de ovos e outra, como a hippobosca, apenas um; mas esta diferença não determina quantos indivíduos das duas espécies - é possível sustentar numa região. Um grande número de ovos é um tanto importante para aquelas espécies que dependem de uma reserva muito inconstante de alimentos, pois permite-lhes multiplicarem-se rapidamente. Mas a importância real de um elevado número de ovos ou de sementes é o facto de compensar muita destruição num dado período da vida; e este, na grande maioria dos casos, é um período inicial.

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pág. 73 (Capítulo 4)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 73

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491