A Ilha Misteriosa - Cap. 18: CAPÍTULO VII Pág. 110 / 186

"Como a Marinha inglesa hesitasse em empreender uma busca tão incerta, Lorde Glenarvan pôs-se em contacto com Mary e Robert Grant, filhos do capitão desaparecido, e resolveu chamar a si a missão de o encontrar. Aparelhado e equipado para longo curso, o Duncan levantou ferro do porto de Glasgow e rumou ao Atlântico Sul. Aí, a navegação prosseguiu contornando a América do Sul e, passado o estreito de Magalhães, entraram no oceano Pacífico. Convicto de que os sobreviventes estariam por paragens australianas, Lorde Glenarvan fez seguir o iate até à Austrália, onde chegou, como já se disse, em finais de Dezembro de 1854.

"A intenção de Lorde Glenarvan era explorar a região meridional do continente, a província de Vitória, por ser esta a que mais se aproximava da latitude indicada na mensagem.

"Desembarcaram os passageiros e fizeram diligências no sentido de obter quaisquer informações sobre o naufrágio e possíveis sobreviventes. Entretanto, tinham-se hospedado numa fazenda de colonos irlandeses, cujo proprietário nada sabia a respeito do Britannia. Sucedeu, então, que um dos trabalhadores recentemente contratados pelo irlandês, se apresentou diante de Glenarvan com grandes manifestações de júbilo por saber que o capitão Grant estava vivo, já que ele, também um sobrevivente do Britannia, onde servia como contramestre, julgava todos os companheiros mortos. E terminou, dizendo que, se o capitão Grant estava vivo, só poderia estar prisioneiro dos aborígenes. Aquele homem, de nome Ayrton, falava com franqueza na voz e firmeza no olhar, para além de ter em seu poder papéis que confirmavam ter sido contramestre do navio naufragado, pelo que Lorde Glenarvan não viu motivos para duvidar das suas palavras e logo deu início aos preparativos da expedição ao interior do território.





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