A Ilha Misteriosa - Cap. 21: CAPÍTULO III Pág. 138 / 186

- Vá lá, que aqueles patifes não chegaram aqui!

Mas a alegria foi sol de pouca dura. Quando se aproximaram da amarração, Pencroff detectou imediatamente que alguém estivera ali a mexer no barco ou mesmo a utilizá-lo...

- Não tenho dúvida nenhuma! Os nós do cabo da âncora são diferentes! Os que eu tinha feito são de duas laçadas e estes são nós direitos! Teriam sido os piratas?

O marinheiro estava fora de si. O mais certo era que os piratas tivessem pensado fugir, voltando atrás na decisão ao considerar que o pequeno veleiro não os levaria longe... quando muito até à pequena ilha Tabor.

Perturbados com este incidente, voltaram à Casa de Granito, onde os aguardavam novos motivos de ansiedade. Com efeito, Cyrus Smith, preocupado com o silêncio do telégrafo, tentara entrar em contacto com Ayrton, mas sem qualquer resultado.

Algo de grave devia ter acontecido com o amigo, a menos que se tratasse de uma avaria na instalação, ou - pior ainda - de um acto de sabotagem na linha! A 11 de Novembro, dia marcado para o regresso de Ayrton, a situação mantinha-se. Do curral, apenas o silêncio respondia às sucessivas chamadas. Cyrus Smith decidiu não esperar mais tempo. Nab ficaria na Casa de Granito vigiando o exterior e atento ao sinal do aparelho, enquanto todos os outros, bem armados, iriam ao curral seguindo sempre pelo fio do telégrafo. Após dois quilómetros percorridos, ainda não tinham notado nada de anormal: os postes mantinham-se erectos, os isoladores intactos e o fio bem esticado. De repente, Harbert, que caminhava mais adiante, exclamou:

- O fio está cortado!

A autoria da sabotagem, óbvia, cabia aos piratas fugitivos! Foi de coração oprimido, que os nossos quatro amigos fizeram o resto do caminho até ao curral.





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