A Ilha Misteriosa - Cap. 25: CAPÍTULO VII Pág. 158 / 186

Assim, começaram pelo vale que se abria para sul e por onde corria o ribeiro que se despenhava no litoral oeste. Foi lá, junto à nascente do curso de água, que Ayrton lhes mostrou a caverna onde estivera prisioneiro. Mas não era esta a única, conforme verificaram! Muitas mais havia, com galerias maiores ou menores, mas todas soturnas e assustadoras... Os colonos não deixaram uma só por revistar, de archotes de resina em punho, mas em lado algum viram sinais de presença humana. Por fim, entraram numa que avançava mais pelo interior da montanha e foram surpreendidos por um ruído surdo, acompanhado de uma ligeira vibração da rocha que pisavam.

- Afinal, parece que o vulcão não está totalmente extinto... - observou Spilett, que ia na frente com Cyrus.

- É bem possível que posteriormente à nossa visita à cratera tenha havido uma alteração nas camadas inferiores - admitiu o engenheiro. - Um vulcão, por mais extinto que pareça, pode sempre reentrar em actividade.

- Mas uma erupção do monte Franklin não acarretaria um sério perigo para a nossa ilha? - inquietou-se Spilett.

- Não me parece - respondeu, calmamente, Cyrus. - A cratera funciona como uma válvula de segurança e escoaria o excesso de vapores e de lava... e esta escorreria pelos sítios habituais.

- A não ser que a lava abrisse novos caminhos em direcção à parte fértil da ilha! - insistiu o repórter.

- Ora, meu amigo, e por que não utilizaria as vias já naturalmente traçadas? - objectou o engenheiro.

Spilett mantinha o cepticismo:

- Os vulcões são caprichosos...

- Repare, Spilett, como a inclinação do monte favorece a expansão das matérias incandescentes para os vales que agora exploramos. Para que isso se invertesse, seria necessário que um fortíssimo tremor de terra mudasse o centro de gravidade da montanha.





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