A Rosa do Adro - Cap. 12: CAPÍTULO 12 Pág. 108 / 202

Haveres!... O Sr. Fernando devia já conhecer o meu pensar com relação ao dinheiro. Que importam as riquezas quando há saúde vigorosa para trabalhar, e uma esposa querida para se estremecer? E, para além disso, não é o Sr. Fernando bastante rico? Não sei eu perfeitamente os haveres dos seus pais, com quem convivi tanto tempo? Oh! não me torne a falar em dinheiro nem tão-pouco em aristocracia; estimo-o muito, quero-lhe como a um filho, e é isso o suficiente para entregar-lhe a minha Deolinda sem o mínimo receio.

- Ah! minha senhora, como hei de pagar-lhe tantas bondades!...

- Com a sua amizade e estima, mas agora é inoportuno falar-se nessas coisas. Vejamos: para quando destina o seu casamento? Creia que estou ansiosa porque ele se realize.

- Suponho que o melhor é esperar pela minha formatura; faltam apenas alguns meses para que ela se conclua...

- Pois, sim, convenho, e a sua família acederá de bom grado a esta união?

- Decerto, Sr.' baronesa.

- Quem sabe? Pode muito bem suceder que o seu pai haja feito já alguns projetos ao seu respeito.

- Meu pai não oporá o mais pequeno obstáculo ao meu casamento, minha senhora; preza também muito a minha felicidade, e estou até convencido que se há de regozijar com este enlace.

- Muito bem. Então havemos de preparar-lhe uma agradável surpresa: no dia do seu acto grande, como já lhe disse, virá jantar a nossa casa com a sua família, e por essa ocasião eu me encarrego de pedir o consentimento do seu pai ao que ele não poderá deixar de anuir. No dia seguinte assinar-se-ão as escrituras, e no outro partiremos para a sua aldeia, onde se celebrarão os desposórios.

- E não julga V. Exa. mais conveniente que o nosso casamento se celebre aqui?... Talvez seja demasiado incómodo para V.





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