- Mas então...
- Ora ouça-me: primeiro que tudo desejo que este consórcio se efetue o mais brevemente possível; para isso já está tudo prevenido. Amanhã, iremos ao meu tabelião assinar as escrituras do casamento; no dia seguinte partiremos todos para a sua aldeia, onde se efetuará a cerimónia. Aí, o Sr. Fernando e a sua esposa irão habitar para as minhas propriedades, onde lhes farei companhia, e assim viveremos todos juntos até quando Deus quiser. Satisfazem-no os meus planos?
- Ah! minha senhora, não pode haver maior felicidade, e confesso que a Sra. baronesa me confunde com tantas bondades.
- Ora muito bem: visto isso, está tudo decidido, e desde já ficam ambos sendo meus hóspedes, ou para melhor dizer, parte da minha família.
- E a Sra. D. Deolinda, que diz a isto? - interrogou o bom velho alegremente. - Não se desprezará por ter por pai um rústico como eu?
- Isso é graça: o Sr. José da Costa é uma pessoa honrada e sobretudo é o pai do meu Fernando.
- Ora bravo! Assim é que eu gosto de a ouvir falar... - E, dirigindo-se depois ao seu filho, continuou: - Anda, meu brejeiro: sempre te digo que fizeste por cá lindas coisas... O que não irá pela aldeia quando souberem deste casamento!... Agora o que é necessário é tu escreveres a tua mãe e participar por nós todos.
- É desnecessário esse trabalho - atalhou a baronesa - porque hoje mesmo partirão para a aldeia alguns dos meus criados a dispor tudo em casa para a nossa receção e a um deles incumbirei de participar a sua esposa o sucedido.
- Como ficará louca de alegria a pobre velha! - exclamou o pai de Fernando - , ela que estremece tanto como eu este único filho!...
Continuou ainda a conversa por algum tempo, e os convidados só se retiraram, já alta noite, depois de terem felicitado os dois noivos e de fazerem os costumados cumprimentos às, para além disso, pessoas.