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- Ora vamos então a saber: quem é a escolhida? É nova, bonita, etecetera?
A esta pergunta, a baronesa, sua filha e Fernando não puderam deixar de rir.
- Meu pai!... - exclamou o rapaz, um pouco confuso.
- Então, de que se riem? Acaso a minha pergunta foi inconveniente?
- Não é isso - atalhou a baronesa - mas, como a noiva está a ouvir...
- A ouvir?! - exclamou o velho, olhando para todos os cantos da sala. - Não vejo...
- Ora olhe bem para a pessoa que está à direita do seu filho, e conhecê-la-á.
- A Sra. D. Deolinda?! - atalhou José da Costa, dando um pulo na cadeira, tal fora a surpresa que lhe causaram as últimas palavras.
- Sim: minha filha. Então que lhe parece? Acha que não fez boa escolha o nosso Fernando?
- Ó Sra. baronesa, V. Exa. decerto está a divertir-se comigo.
- Não estou, não, e para prova pergunte-o ao seu filho.
- Então isso é verdade, Fernando? - perguntou ele.
- Disse-o a Sra. baronesa, meu pai, e ela não costuma divertir-se com coisas sérias.
- Nada, não creio. Pois a Sra. baronesa havia de consentir em casar sua filha com o filho de um lavrador?
- E parece-lhe isso extraordinário? - respondeu a baronesa. - Acaso não é Fernando bem digno dela? Vamos, entre nós está tudo preparado e só falta a sua anuência: consente neste casamento?
- Ó Sra. baronesa, V. Exa. manda, não pede. Que melhor esposa poderia meu filho encontrar que não fosse a Sra. D. Deolinda? Além disso, sendo esta união da vontade de ambos, é o bastante também para o ser da minha. A única coisa que me entristece é o eu ficar privado da companhia do meu Fernando, que tanto estremeço; no entanto, visitar-nos-emos depois a miúdo, e assim espalharemos saudades.
- Quanto a isso, meu amigo, esteja descansado, porque tudo está prevenido de forma que não sentirá a falta do seu filho: irá viver para a sua companhia, ou ao menos para bem perto do Sr.