A Rosa do Adro - Cap. 14: CAPÍTULO 15 Pág. 145 / 202

.. Parece incrível que isto se diga, mas ouvi-o eu!... Desta forma, abandonada por ele, desfeita a última esperança, e despojada do mais precioso dote de uma mulher, que podia eu anelar neste mundo senão uma morte breve que viesse pôr fim às minhas dores? Pedi ardentemente a Deus que me levasse desta vida de enganos, e ele ouviu-me. Bendito seja!

Morrerei, pois, com o coração cruciado de torturas, mas nunca maldirei o autor dos meus sofrimentos; antes, pelo contrário, o meu último suspiro será para ele, porque ainda o amo, porque o amarei até depois da morte!...

Aí tem, Deolindinha, a triste história dos meus infortúnios e a verdadeira causa do estado em que me veio encontrar."

- Minha pobre Rosa - exclamou a filha da baronesa, banhada em sentido choro - , foste muito infeliz, é verdade, mas talvez haja ainda um remédio para os teus males. Perdeste completamente a esperança de reconquistares o coração desse homem?

- Completamente.

- E ele ignora o estado em que estás?

- Talvez... não sei.

- Então, minha amiga, não percas de todo a esperança. Não haverá homem tão cruel que, em presença dos sofrimentos de uma mulher que vê resvalar para o túmulo pela sua causa, não deixe de reparar a falta que cometeu. Serei eu própria a primeira a interceder por ti e estou certa que não será insensível aos meus e aos teus rogos: pedir-lhe-emos ambas a reparação desse erro, e, se tanto for necessário, lançar-nos-emos juntas aos seus pés.

- Oh! isso nunca, nunca!

- Porquê, Rosa?

- Porque seria forçá-lo a reatar o fio de relações que se lhe tornariam prejudiciais... porque era obrigá-lo a amar uma mulher por quem hoje não sente, talvez, a mínima afeição; porque a junção das nossas almas trar-nos-ia de futuro dissabores e lágrimas; porque finalmente.





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