.. ele ama outra, que o deve fazer mais feliz!
- Então desistes de qualquer tentativa de congraçamento?
- Desisto.
- Pois bem - continuou Deolinda, depois de alguns momentos de reflexão - , tomarei eu só esse encargo. Declara-me o nome desse homem, e eu, experimentando os seus sentimentos, verei se será possível reanimar-lhe no coração os seus antigos afetos.
- Oh! não, não quero.
- Porquê?
- Porque não quero nem devo declarar esse nome: É um segredo que morrerá comigo, e, se a menina é efetivamente minha amiga, peço-lhe que o respeite.
- Não posso... Indagarei.
- Serão baldados os seus esforços, porque talvez ninguém saberá responder-lhe.
- Ninguém?...
- Só uma pessoa, mas essa não lho declara. Estas relações foram sempre tão secretas, tão misteriosas desde uma certa época...
- Rosa, assalta-me um triste pressentimento: a tua narração, as peripécias desse amor e a tua recusa obstinada em me declarares o nome desse homem coincidem notavelmente com alguns factos que se têm dado e fazem-me por isso supor que esse homem não é outro senão...
- Não é quem supõe; não é desta aldeia - exclamou a jovem aflita.
- Não é outro senão Fernando! - concluiu a filha da baronesa, sem se importar com a interrupção da desventurada rapariga, e fitando nela um olhar perspicaz.
Àquele nome, Rosa sentiu-se de todo aniquilada; quis ainda balbuciar uma negativa, mas não pôde; um anel de ferro parecia ter-lhe apertado a garganta.
A filha da baronesa, com os olhos sempre fitos no seu rosto, não perdera um só dos seus movimentos e viu que não se tinha enganado nas suas tristes suposições; no entanto, como para melhor se certificar, e como se ainda lhe custasse a crer nesta triste verdade, exclamou fora de si: