A Rosa do Adro - Cap. 2: CAPÍTULO 2 Pág. 7 / 202

Terminara o ano letivo, e Fernando, depois de fazer os competentes actos, viera passar o resto das férias junto da sua família, a quem no ano antecedente não visitara por causa dos seus trabalhos, tomando-se por isso a sua visita mais apetecida e festejada.

Seus pais receberam-no, como de costume, de braços abertos e com as lágrimas nos olhos, revendo-se com ufania naquele esbelto rapaz, que fazia o orgulho da família, não só pelo seu comportamento exemplar como pela posição distinta que em pouco deveria ocupar na sociedade.

- Estás um rapaz como um cravo - dizia a boa da mãe do estudante, olhando-o de alto a baixo e com esses bigodes assim retorcidos à moda dos sobrados... - Aquelas senhoritas lá do Porto não hão de ter folgado nada contigo, hem, que digo eu?

Fernando limitava-se a responder àqueles gracejos maternos com um ligeiro sorriso, enquanto que o seu pai exclamava com um ar bondosamente sério:

- Anda, meu tratante, que me estás por um bom par de moedas; ainda assim, louvado Deus, não tens sido dos piores, não, porque enfim sempre estudaste e aproveitaste o tempo, que é o que eu desejava; lá do mais, vocês são rapazes, gostam de figurar e de estroinar... é verdade, eu na vossa idade fazia o mesmo; vamos, não tens sido dos piores... Para o ano, se Deus quiser, já teremos um cirurgião cá na aldeia, não é verdade?

- Assim o creio, meu pai - respondeu o rapaz. - Para o ano termino o curso, e então já terá um filho médico-cirurgião.

- Eh, eh, eh! - respondeu o José da Costa, rindo-se - um médico-cirurgião, dizes tu; diz antes um mata-gente! Eh, eh, eh!

- Oh, meu pai!...

- A propósito - continuou o pai de Fernando, rindo-se. - Tu já serás capaz de dar aí um remédio para um doente cá da casa?

- Então





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