O Ingénuo - Cap. 13: Capítulo 13 Pág. 56 / 91

A bela St. Yves lembrava-se da carta que um guarda escrevera para a Baixa-Bretanha e da qual muito se havia falado. Resolveu ir pessoalmente obter informações em Versalhes, lançar-se aos pés dos ministros se o Ingénuo estivesse preso, como lhe diziam, e alcançar justiça para ele, Não sei que secreto sentimento a advertia de que na Corte não se recusa nada a uma bela moça. Não sabia, porém, o que isso custava.

Tomada essa resolução, ela se mostra conformada, tranquiliza-se, não mais evita o lorpa do noivo; acolhe o detestável sogro, acaricia o irmão, espalha alegria pela casa; depois, no dia destinado à cerimônia, parte secretamente às quatro da madrugada com os seus presentes de núpcias e tudo o que pode juntar. Tão bem tomara as suas providências, que estava já a dez léguas quando entraram no seu quarto, por volta do meio dia. Imagine-se qual não foi a surpresa e consternação! O interrogativo bailio fez naquele dia mais perguntas do que em toda a semana; o noivo ficou mais tolo do que nunca. O abade de St. Yves, encolerizado, tomou a resolução de partir em busca da irmã. O bailio e o filho decidiram acompanhá-lo. Destarte conduzia o Destino a Paris quase todo aquele cantão da Bretanha.

Bem desconfiava a bela St. Yves de que a estavam seguindo; informava-se discretamente com os correios se não haviam encontrado um gordo abade, um enorme bailio e um jovem palerma, a caminho de Paris Tendo sabido, no terceiro dia, que estes não se achavam longe, tomou um caminho diferente, tendo a habilidade e a sorte de chegar em Versalhes enquanto a procuravam inutilmente em Paris.





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