A bela St. Yves resiste a propostas delicadas
A bela St. Yves, mais apaixonada ainda que o seu namorado, foi ter com o senhor de St. Pouange, em companhia da amiga que a hospedava, ambas ocultas nos seus chalés. A primeira pessoa que viu à porta foi o abade de St. Yves, seu irmão, que se retirava. Assustou-se, mas a devota amiga tranquilizou-a.
- Exatamente porque falaram contra ti é que é preciso que fales. Fica certa de que neste país os acusadores têm sempre razão se a gente não se apressa em confundi-los. De resto, ou eu me engano muito ou a tua presença causará maior efeito que as palavras de teu irmão.
Por pouco que a gente a encoraje, uma mulher que ama sabe ser intrépida. A St. Yves apresenta-se à audiência. Sua juventude, seus encantos, seus brandos olhos, umedecidos de algumas lágrimas, atraíram todos os olhares. Cada cortesão do subministro esqueceu por um momento o ídolo do poder para contemplar o da beleza. St. Pouange fe-la entrar num gabinete; ela falou com emoção e graça. St. Pouange sentiu-se comovido. Ela tremia, ele tranquilizou-a.
- Volte esta noite - disse-lhe ele. - Seus assuntos merecem um demorado exame. Aqui há muita gente. As audiências são despachadas muito às pressas. Tenho de lhe falar a fundo de tudo o que lhe toca. E depois de elogiar-lhe a beleza e os sentimentos, recomendou-lhe que voltasse às sete horas da noite.