O Ingénuo - Cap. 15: Capítulo 15 Pág. 63 / 91

Não faltou à entrevista; a devota amiga também a acompanhou desta vez, mas conservou-se na sala, a ler Le Pédagogue Chrétien, enquanto St. Pouange e a bela St. Yves se achavam no gabinete contíguo.

- Acredita que o seu irmão me veio pedir uma carta-de-prego contra a senhorita? Eu de bom grado expediria uma para mandá-lo de volta à Bretanha.

- Ah, Senhor! Muito liberal deve ser o governo em cartas-de-prego, para que as venham solicitar do fundo do reino, como pensões. Longe estou de pedir uma contra meu irmão. Tenho muitas queixas dele, mas respeito a liberdade dos homens; peço a de um homem a quem quero desposar, de um homem a quem deve o Rei a conservação de uma província, que pode servi-lo utilmente e que é filho de um oficial morto a seu serviço. De que é ele acusado? Como o puderam tratar tão cruelmente, sem ouvi-lo?

Mostrou-lhe então o subministro a carta do jesuíta espião e a do pérfido bailio.

Como! Há tais monstros na terra? E querem obrigar-me a desposar o ridículo filho de um homem ridículo e mau?! E é sob tais informes que se decidem aqui os destinos dos cidadãos?!

Lançou-se de joelhos, pediu entre soluços a liberdade do bravo que a adorava. Seus atrativos, naquele estado, se evidenciaram com maior encanto. Tão bela estava, que St. Pouange, perdendo qualquer escrúpulo, insinuou-lhe que ela havia de conseguir tudo se começasse por lhe dar as primícias do que reservava a seu noivo. A St. Yves, aterrada e confusa, fingiu muito tempo não compreendê-lo; foi preciso explicar-se mais claramente.





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