A Origem das Espécies - Cap. 5: CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL Pág. 130 / 524

Longe de mim afirmar que as variedades mais divergentes invariavelmente prevalecem e se multiplicam: uma forma intermédia pode persistir durante muito tempo, e pode produzir ou não mais do que um descendente modificado; pois a selecção natural agirá sempre segundo a natureza dos espaços que ou não estão ocupados ou não estão completamente ocupados por outros seres; e isto dependerá de relações infinitamente complexas. Mas, regra geral, quanto maior é a diversificação estrutural dos descendentes de qualquer espécie, maior será a quantidade de espaços de que se conseguem apoderar e maior será o crescimento numérico da sua progénie modificada. No nosso diagrama, a linha de sucessão é interrompida a intervalos regulares por pequenas letras numeradas que assinalam as formas sucessivas que se tornaram suficientemente distintas para serem registadas como variedades. Mas estas interrupções são imaginárias e poder-se-ia inseri-las noutro local, após intervalos suficientemente longos para permitir a acumulação de uma quantidade considerável de variação divergente.

Como todos os descendentes modificados de uma espécie comum e amplamente distribuída, pertencentes a um género vasto, tenderão a partilhar as mesmas vantagens que permitiram à sua antecessora triunfar na vida, continuarão em geral a multiplicar-se, bem como a divergir em carácter: isto é representado no diagrama pelas diversas ramificações divergentes que procedem de A. Provavelmente, a prole modificada das últimas e mais aperfeiçoadas ramificações nas linhas de descendência desalojará e destruirá as ramificações anteriores e menos aperfeiçoadas: isto é representado no diagrama pelo facto de algumas ramificações inferiores não alcançarem as linhas horizontais superiores. Em





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