A Origem das Espécies - Cap. 8: CAPÍTULO VII
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Acontece frequentemente as operárias maiores ou menores serem as mais numerosas; ou tanto as maiores como as menores serem numerosas, enquanto as de tamanho intermédio são escassas. A Formica fiava tem operárias maiores e menores, sendo algumas de tamanho intermédio; e, nesta espécie, como observou o Sr. F. Smith, as operárias maiores têm olhos simples (ocelos), que embora pequenos são claramente distinguíveis, enquanto as operárias mais pequenas têm ocelos rudimentares. Tendo dissecado cuidadosamente diversos espécimes destas operárias, posso afirmar que nas operárias menores os olhos são muito mais rudimentares do que se pode explicar apenas pelo seu tamanho proporcionalmente menor; e acredito plenamente, embora não me atreva a afirmá-lo categoricamente, que as operárias de tamanho intermédio têm ocelos numa condição exactamente intermédia. Pelo que temos aqui dois conjuntos de operárias estéreis no mesmo ninho, diferindo não só em tamanho mas nos seus órgãos de visão, porém conectadas por um pequeno número de membros de condição intermédia. Posso divagar, acrescentando que se as operárias menores fossem as mais úteis à comunidade e se fossem seleccionados os machos e fêmeas que produzissem cada vez mais operárias menores, até que todas as operárias se encontrassem nesta condição, teríamos então uma espécie de formiga com assexuadas quase na mesma condição que as da Myrmica. Pois as operárias da Myrmica não têm sequer rudimentos de ocelos, embora os machos e as fêmeas deste género de formiga tenham ocelos bem desenvolvidos.

Posso apresentar outro caso: esperava tão confiantemente encontrar gradações em pontos de estrutura importantes entre as diferentes castas assexuadas da mesma espécie que de bom grado aproveitei a oferta do Sr.





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