A Origem das Espécies - Cap. 11: CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS Pág. 352 / 524

em sentido lato, simultânea, das mesmas formas de vida em todo o mundo, harmoniza-se com o princípio de novas espécies terem sido formadas pela propagação ampla e variação de espécies dominantes; devendo as novas espécies assim produzidas a sua própria predominância à hereditariedade e ao facto de terem já obtido alguma vantagem sobre os seus progenitores ou sobre outras espécies; estas, por sua vez, propagar-se-ão, variarão e produzirão novas espécies. As formas que são vencidas e cedem o lugar às formas novas e vitoriosas serão normalmente próximas em grupos, por herdarem uma inferioridade comum; e, portanto, à medida que os grupos novos e aperfeiçoados se propagam pelo mundo, dele desaparecerão os grupos antigos; e a sucessão de formas tenderá de ambos os modos a ser análoga em todo o mundo.

Há outra observação relacionada com este tema que é digna de nota.

Apresentei as minhas razões para crer que todas as nossas maiores formações fossilíferas foram depositadas durante períodos de subsidência; e que ocorreram lacunas de grande duração durante os períodos em que o leito do mar se encontrava ou estacionário ou em elevação, e também quando o sedimento não era impulsionado para baixo com rapidez suficiente para incrustar e preservar vestígios orgânicos. Suponho que, durante estes longos intervalos vazios, os habitantes de cada região sofreram uma quantidade considerável de modificação e extinção, e que houve muita migração de outras partes do mundo. Como temos razão para crer que as grandes áreas são afectadas pelo mesmo movimento, é provável que se tenham frequentemente acumulado formações estritamente contemporâneas em áreas muito vastas na mesma parte do mundo; mas estamos longe de poder concluir que foi isto o que invariavelmente aconteceu, e que invariavelmente as grandes áreas foram afectadas pelos mesmos movimentos.





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