A Origem das Espécies - Cap. 11: CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS Pág. 353 / 524

Quando duas formações foram depositadas em duas regiões aproximada, mas não exactamente, durante o mesmo período, deveríamos encontrar em ambas, pelas causas explicadas nos parágrafos anteriores, a mesma sucessão geral nas formas de vida; mas não haveria uma correspondência exacta entre as espécies; porquanto terá havido um pouco mais de tempo numa região do que noutra para a modificação, extinção e migração.

Suspeito de que ocorreram casos desta natureza na Europa. O Sr. Prestwich, nas suas admiráveis Memórias sobre os depósitos eocénicos de Inglaterra e França, pode inferir um estreito paralelismo geral entre os estágios sucessivos nos dois países; mas, quando compara certos estágios em Inglaterra com os de França, embora encontre em ambos uma curiosa conformidade no número de espécies pertencentes ao mesmo género, as próprias espécies diferem de uma maneira muito difícil de explicar, considerando a proximidade das duas áreas - a menos que, na verdade, se suponha que um istmo separava os dois mares, habitados por faunas distintas mas contemporâneas. Lyell fez observações semelhantes em algumas das mais recentes formações terciárias. Também Barrande mostra que há um impressionante paralelismo geral nos sucessivos depósitos silurianos da Boémia e da Escandinávia; não obstante, encontrou uma surpreendente quantidade de diferença nas espécies. Se as diversas formações nestas regiões não foram depositadas exactamente durante os mesmos períodos - correspondendo frequentemente a presença de uma formação numa região a um intervalo vazio na outra -, e se em ambas as regiões as espécies continuaram a mudar lentamente durante a acumulação das diversas formações e durante os longos intervalos de tempo entre elas; neste caso, poder-se-ia





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