Apocalipse - Cap. 7: Capítulo 7 Pág. 66 / 180

Tenta ser justo quanto ao problema das origens pagãs, mas sem êxito. A sua predisposição, o seu espantoso preconceito são fortes demais para ele. E numa ocasião em que ele perde o domínio de si próprio compreendemos totalmente o que está em causa. Escreveu em tempo de guerra - no final da última guerra-, e à sua paixão devemos dar um desconto. Não obstante, comete um deslize. Na pág. 86 do segundo volume do seu comentário sobre a Revelação escreve que o Anticristo é, no Apocalipse, um «maravilhoso retrato dessa grande oposição ao poder de Deus que estará, não tarda, para surgir, que exaltará a força pondo-a acima do direito e tentará, com êxito ou sem ele, conforme as épocas, conquistar a soberania do mundo apoiado por hostes de trabalhadores intelectuais que defenderão todas as suas pretensões, justificarão todos os seus actos e com uma guerra económica farão cumprir os seus objectivos políticos, ameaçando com a destruição todos os que não se curvarem perante as suas arrogantes e ímpias exigências. Embora a justeza do prognóstico seja evidente para o estudioso que aborde este problema com alguma perspicácia, e para todos os estudiosos que o associem à experiência da presente guerra mundial, verificamos que já em 1908, no artigo sobre «O Anticristo» da Encyclopaedia of Religion and Ethics de Hastings, Bossuet escrevia o seguinte: «O interesse pela lenda (do Anticristo) só deve agora ser procurado entre as mais baixas classes da comunidade cristã, entre as seitas, os indivíduos excêntricos e os fanáticos.»




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