Só conseguimos captar algo do funcionamento da mente dos antigos quando podemos avaliar a «magia» do mundo onde eles viviam. Considere-se o enigma da esfinge: O que é que começa a andar com quatro pernas, depois prossegue com duas, e depois com três?
A resposta é: O Homem. Para nós, a grande pergunta da esfinge é algo disparatada. No entanto para os antigos, que não tinham sentido crítico e sentiam com imagens, gerava um grande complexo de emoções e temores. Aquilo que anda com quatro pernas é o animal, com toda a sua diferença e força animais, a sua consciência subalterna que gira à volta da isolada consciência humana. E quando se explica na resposta que um bebé anda a quatro patas faz despertar de imediato outro complexo emocional, meio temor, meio divertimento, pelo facto de o homem se ver a si próprio como animal, principalmente durante o período da infância, se ver a andar de gatas e com o rosto voltado para o chão, com o ventre ou o umbigo polarizado pelo centro da terra como um verdadeiro animal, em vez de ter o umbigo polarizado pelo sol de acordo com a primitiva concepção do verdadeiro homem.