A Ilha Misteriosa - Cap. 20: CAPÍTULO II Pág. 122 / 186

Tinha cumprido o seu dever.

Porém, este homem estava determinado a ir além do dever.

Ocorreu-lhe, então, uma ideia heróica: sacrificaria a vida para salvar a ilha e os colonos, a quem devia a dignidade recuperada. Como? Fazendo explodir o brigue! Ele próprio morreria, mas, juntamente com ele, todos os piratas! Não hesitou mais e procurou o paiol, por certo bem aprovisionado de pólvora. Um lampião de chama baixa alumiava a base do mastro grande, junto ao qual os piratas guardavam as armas. Ayrton escolheu um revólver; tanto lhe bastava para fazer fogo e provocar a explosão! Pé ante pé, aproximou-se do castelo da popa, sob o qual devia estar o paiol. A porta, infelizmente, estava trancada! No entanto, o cadeado não tardou a saltar, pressionado pelo cano do revólver. Mas, no preciso momento em que abria o paiol, Ayrton sentiu-se violentamente agarrado pelo ombro.

- Que estás aqui a fazer? Era a voz de Bob Harvey!

Sem responder, empurrou com toda a força o chefe dos bandidos e tentou entrar no paiol. Um tiro de revólver no meio daquelas toneladas de pólvora... e tudo estaria terminado!

- A mim, companheiros! - berrou Harvey.

Três piratas, acordados pelos gritos, lançaram-se sobre Ayrton, mas este logrou repeli-los, disparando rapidamente por duas vezes. Dois celerados tombaram, enquanto o terceiro o atingia de raspão com uma facada no ombro.

Perante esta situação, e dado que outros piratas acorriam já, o ex-degredado da ilha Tabor compreendeu que o seu plano não podia ser executado; o mais importante, agora, era fugir dali e lutar ao lado de Cyrus Smith e dos seus amigos.

Disparando as balas que lhe restavam, Ayrton correu para a ponte, galgou a amurada e mergulhou. Ainda não dera seis braçadas e já





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