A Ilha Misteriosa - Cap. 20: CAPÍTULO II Pág. 127 / 186

- Mas o canal é que eles não atravessam - opinou o marinheiro -, que as carabinas do Ayrton e do senhor Spilett aqui estão para o impedir!

- Isso é verdade - disse o jovem Harbert -, mas o que podem duas carabinas contra quatro canhões?

- Eh! Calma aí! O brigue nunca entrará no canal... Eles não hão-de arriscar-se a encalhar e a perder o navio! Não, isso não é possível... - insistiu Pencroff, como sempre optimista.

- É possível, é! - contestou Ayrton. - Basta aproveitar a maré-cheia. Então, sob o fogo dos canhões, é que nós ficamos sem possibilidade...

- Por todos os diabos do inferno! - vociferou Pencroff.

- Parece que os patifes se preparam para levantar ferro!

- Senhor Smith, talvez sejamos obrigados a procurar refúgio na Casa de Granito - disse Harbert.

- Vamos esperar para ver, meu rapaz!

- E o senhor Spilett? E o Nab? - inquietou-se o marinheiro.

- Eles hão-de juntar-se a nós no momento oportuno - garantiu Cyrus. - Quanto a si, Ayrton, é melhor ir preparando a carabina!

O Speedy virara a proa e aproximava-se agora do ilhéu.

Quanto à possibilidade de entrar no canal, Pencroff continuava a teimar que o dito Bob Harvey não se atreveria a tal manobra.

Entretanto, os piratas que tinham desembarcado no ilhéu, concentraram-se na margem fronteira à ilha, julgando-se a salvo. Evidentemente, ignoravam que os colonos dispunham de carabinas de longo alcance e esse descuido custou-lhes caro.

Spilett e Ayrton, cada um no seu posto, fizeram fogo e abateram mais dois inimigos. Foi a debandada geral! Os outros precipitaram-se para o escaler e remaram apressadamente para o veleiro.

- Oito a menos! - congratulou-se Pencroff.

- Atenção, que as coisas vão piorar! - avisou Ayrton, recarregando a carabina.





Os capítulos deste livro