A Ilha Misteriosa - Cap. 25: CAPÍTULO VII Pág. 161 / 186

o empenhamento de cada um, que nem as sementeiras de Abril deixaram de se fazer e, inclusivamente, até a capoeira foi reconstruída! O curral também não foi abandonado; todos os dias, lá se deslocava um dos colonos a tratar dos animais, trazendo leite na volta e aproveitando para caçar. As idas ao curral foram igualmente aproveitadas para reparação do fio do telégrafo, restabelecendo a ligação com a Casa de Granito. Em meados de Abril, já a quilha do novo barco se alongava no estaleiro, fixada em cada uma das extremidades às rodas da proa e da popa, igualmente prontas. Por essa altura, as condições atmosféricas pioraram. Os homens martelavam e serravam ensopados até aos ossos, batidos pela forte ventania que soprava de leste com violência ciclónica. A meio de Junho, a chuva parou e veio um frio intenso que endureceu as fibras da madeira a ponto de esta parecer ferro! A obra teve de ser interrompida. Os três meses de invernia - Junho, Julho e Agosto - foram rigorosos como sempre, com uma temperatura média de 13 graus abaixo de zero. Contudo, a colónia da ilha Lincoln atingira o seu ponto mais alto de prosperidade, fruto dos três anos de árduo labor, acrescida pelas riquezas do caixote que dera à costa e do brigue afundado. As despensas e arrecadações estavam repletas, não faltava roupa quente e não era necessário poupar lenha, pelo que as lareiras dos vários compartimentos crepitavam permanentemente. Nos momentos de lazer, agora mais frequentes, Cyrus Smith não podia deixar de pensar no poderoso "senhor da ilha", o benfeitor que não tinham logrado encontrar. Ficaria este enigma sem solução?





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