A Ilha Misteriosa - Cap. 27: CAPÍTULO IX Pág. 174 / 186

Na barcaça, os colonos assistiram vivamente abalados ao afundamento do submarino, que se processava devagar, à medida que a água ia enchendo os depósitos. Finalmente, o Nautilus submergiu!

Durante alguns minutos, continuou a ser visível o clarão do foco de luz através das águas tranquilas do lago interior... Depois, também este desapareceu e voltou a reinar a mais absoluta escuridão. O Nautilus repousava para sempre no fundo do oceano.

Os colonos conduziram a barcaça para fora da gruta, subiram a ravina e empreenderam o regresso pelo caminho do curral. A impressão deixada pelos acontecimentos acabados de viver era tão forte, que nenhum deles sentia vontade de falar... Assim, a caminhada decorreu no mais profundo silêncio e, ao fim da manhã, chegavam à Casa de Granito.

Agora, havia que cuidar sem demora da construção do barco.

Ninguém sabia o que o futuro lhes reservava e aquela embarcação era, na verdade, a única garantia de que dispunham para tentar uma viagem de longa duração! Por outro lado, não podiam esquecer a projectada travessia até à ilha Tabor, que conviria levar a cabo no princípio de Março, antes dos vendavais do equinócio. Assim, os trabalhos no estaleiro foram retomados com mais empenho do que nunca, sob a orientação de Cyrus Smith.

Este parecia, de resto, tomado de uma urgência febril, impondo um ritmo de trabalho por vezes desumano. Gedeão Spilett, que o conhecia bem, notava-lhe sinais de impaciência e de irritabilidade que não condiziam com o feitio calmo e tolerante do amigo... Volta e meia, surpreendia o engenheiro a observar a fumarola do vulcão, de cenho fechado e expressão preocupada, mas, por uma questão de respeito, absteve-se de o questionar.

Entretanto, começara o ano de 1869.





Os capítulos deste livro