A Ilha Misteriosa - Cap. 28: CAPÍTULO X Pág. 185 / 186

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O engenheiro pegou no papel e, depois de o ter observado uns momentos, declarou:

- O capitão Nemo! Mais uma vez! Foi ele quem escreveu a mensagem e a deixou na ilha Tabor.

Cyrus tinha reconhecido a caligrafia da mensagem encontrada no curral.

- Ah! Com mil diabos! - exclamou Pencroff, entusiasmado. - Então foi ele que utilizou o nosso Boaventura! E doente como estava navegou até à ilha Tabor... Ai, razão tinha eu quando dizia que, mesmo depois de morto, o nosso benfeitor ainda havia de nos ajudar!

- Meus amigos - disse Cyrus Smith, profundamente comovido-, que Deus guarde a alma do capitão Nemo, o nosso benfeitor!

Era grande a comoção dos seis homens. Nab, esse, caíra de joelhos chorando convulsivamente.

Mas a cortesia e a lealdade impunham: Robert Grant, que presenciava abismado aquela cena, sem compreender das razões, foi posto ao corrente de tudo o que se passara na ilha Lincoln. Do relato, o jovem comandante do Duncan reteve com especial contentamento o processo de reabilitação de Ayrton, muito salientado pelos companheiros.

- Capitão - concluiu o engenheiro Smith -, onde o senhor deixou um homem culpado, encontra agora um homem de honra de que sinto orgulho em apertar a mão!

Quinze dias depois, o Duncan aportava à América. A sangrenta guerra civil terminara e a nação estava em paz! Do tesouro legado pelo capitão Nemo - e que a veneração de Nab salvara da catástrofe - a mais bela pérola foi enviada a Lady Glenarvan, em preito de gratidão dos seis homens salvos pelo seu iate. Depois, uma parte daquela fortuna incalculável foi aplicada na compra de terras, um vasto domínio no estado de Iowa a que deram o nome de "New Lincoln". O riacho que atravessava a propriedade foi baptizado de "Mercy" e o monte mais elevado passou a ser o "Franklin".





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