.. Era realmente um iate a vapor que se dirigia para o rochedo!
- O Duncan... - murmurou Ayrton, antes de perder os sentidos.
Os colonos foram recobrando a consciência lentamente.
Cyrus Smith começou por sentir um bafo quente na mão direita e a língua áspera do cão a lambê-lo... Abriu os olhos e percebeu que se encontrava no camarote de uma embarcação... os amigos também. Mas como? De que maneira tinham escapado à morte?
- O Duncan... - murmurou Ayrton, como se lhe tivesse adivinhado a surpresa.
- O Duncan? Deus seja louvado! - exclamou o engenheiro.
Efectivamente, o iate de Lorde Glenarvan, agora sob as ordens de Robert Grant, voltara para buscar Ayrton, após doze anos de expiação na ilha Tabor. Agora estavam todos salvos e a caminho da América! Graças aos cuidados do jovem capitão e da tripulação, os seis amigos depressa se sentiram com forças suficientes para subir ao convés. Numa bela tarde em que estavam todos reunidos na coberta, o engenheiro perguntou:
- Diga-me, capitão Robert... Há uma coisa que me intriga: quando deixou a ilha Tabor, como é que teve a ideia de fazer aquele desvio de cento e cinquenta milhas para nordeste?
- Como é que eu tive a ideia, senhor Smith? Mas não foi um acaso! A minha intenção era ir buscar Ayrton, o senhor e os seus companheiros à ilha Lincoln! - respondeu Robert Grant, com alguma surpresa na voz.
- À ilha Lincoln?! - exclamaram os colonos em coro, completamente pasmados.
- E como é que sabia da existência da ilha, uma vez que nem consta dos mapas? - insistiu Smith.
- Ora, meu amigo, pela mensagem que os senhores deixaram em Tabor!
- Mensagem? Que mensagem? - perguntou Gedeão Spilett, no auge do espanto.
- Ela aqui está! - respondeu o capitão, exibindo uma folha de papel com a localização exacta da ilha Lincoln e os seguintes dizeres: "Residência actual de Ayrton e de cinco colonos americanos.