A Ilha Misteriosa - Cap. 5: CAPÍTULO V Pág. 28 / 186

.., ou melhor, já não temos! E o marinheiro contou como tinham conseguido acender uma fogueira e como a tempestade do dia anterior a apagara.

- Ora bem - exclamou o engenheiro -, se não há fósforos, fazemo-los nós!

- Fósforos químicos? - espantou-se Pencroff.

- Exactamente!

- Como vê, não é assim tão difícil! - comentou o jornalista, dando uma palmada no ombro do marinheiro.

Saíram das Chaminés. As condições atmosféricas haviam melhorado e o Sol levantava-se no horizonte. Cyrus Smith sentou-se numa rocha, observando atentamente o que o rodeava.

Harbert levou-lhe uma mão-cheia de mexilhões e sargaços:

- É o que temos, senhor Cyrus!

- Obrigado, meu rapaz - agradeceu o engenheiro -, por agora, serve.

Saciada a fome na medida do possível, o engenheiro voltou ao assunto que, naquele momento, mais o preocupava:

- Bem, meus amigos, amanhã ficaremos a saber se estamos num continente ou numa ilha. Até lá, não podemos fazer mais nada!

- Então o lume? - perguntou Pencroff, que também tinha a sua ideia fixa.

- Lá iremos, lá iremos! - respondeu Cyrus Smith.Ontem, quando me trouxeram para aqui, pareceu-me avistar a oeste uma montanha...

- Exactamente! E bastante alta, por sinal - informou Gedeão Spilett.

- Amanhã, vamos subi-la até ao cume e veremos se esta terra é ilha ou continente - decidiu o engenheiro.

- Em qualquer dos casos, Cyrus, você faz alguma ideia onde é que fica este sítio? - quis saber o jornalista.

- Não posso saber ao certo, mas tudo indica que o furacão nos atirou para uma costa do oceano Pacífico. Mas se, pelo contrário, viemos dar a uma ilha deserta de algum arquipélago da Polinésia, então é melhor que nos preparemos para ficar aqui o resto das nossas vidas.

- O quê, meu caro Cyrus? Quer dizer, para sempre? - inquietou-se o repórter.





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