A Ilha Misteriosa - Cap. 6: CAPÍTULO VI Pág. 34 / 186

- Estou a ver um riacho que desagua no lago - disse Harbert.

- É verdade - confirmou Cyrus Smith. - E uma vez que é esse ribeiro que alimenta o lago, deve haver um escoadouro do lado do mar para a descarga das águas. Logo veremos isso no regresso.

Do ponto em que se encontravam, podiam os nossos exploradores abarcar a ilha em toda a sua diversidade, as verdes manchas de vegetação, o amarelo das areias e o azul das águas... Subsistia, porém, uma questão grave que continuava sem resposta e da qual dependia o futuro dos náufragos: a ilha era, ou não, habitada? Mas, por mais que olhassem, não se via em lado algum o menor sinal de presença humana; nem um aglomerado de casas, sequer uma simples cabana isolada, nem um barco de pesca no litoral, nem um penacho de fumo! Tão-pouco se avistava outra terra nas proximidades. A voz calma e grave do engenheiro Smith fez-se ouvir:

- Aqui está, meus amigos, o pequeno pedaço de terra onde vamos viver talvez por longo tempo! Pode ser que nos chegue algum socorro inesperado, se algum navio passar por estas bandas... E digo inesperado, porque está visto que esta ilha é muito pouco importante e sem um único porto natural que sirva de abrigo ou para trabalhos de reparação das embarcações... O mais certo é que esteja afastada das rotas habituais, isto é, demasiado a sul para os navios que demandam os arquipélagos do Pacífico, e demasiado a norte para os que se dirigem à Austrália, contornando o cabo Horn... Esta é que é a realidade e não vale a pena escondê-la!

- E com toda a razão, meu caro Cyrus! - exclamou vivamente o repórter. - Está a lidar com homens corajosos, que confiam em si e com os quais pode contar inteiramente. É ou não é verdade, meus amigos?

- Obedecer-lhe-ei em tudo, senhor Cyrus! - disse Harbert, apertando a mão do engenheiro.





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