- Meu patrão, sempre e em qualquer parte! - proclamou Nab.
- Quanto a mim - disse o marinheiro -, que eu perca o meu nome, se me negar a qualquer trabalho! E se o senhor Smith quiser, até podemos fazer deste sítio uma América em ponto pequeno; construiremos cidades e caminhos de ferro, instalaremos telégrafos e, um belo dia, quando estiver tudo pronto, vamos oferecer esta terra ao governador da União! Só peço uma coisa...
- O quê? - perguntou Spilett.
- Que não nos consideremos mais como náufragos, mas sim como colonos.
Cyrus Smith não conseguiu evitar um sorriso e a moção do marinheiro foi aprovada. Antes de iniciarem a descida, decidiram atribuir nomes aos diversos pontos da ilha, cabos, baías e promontórios. O curso de água perto das Chaminés passaria a chamar-se rio Mercy. Finalmente, a ilha foi baptizada com o nome do grande cidadão que naquele momento lutava pela unidade da república americana: Lincoln. Seria, pois, a ilha Lincoln e a ilhota, onde o balão os lançara, o ilhéu da Salvação. A solenidade do momento foi coroada com três "vivas!".
O regresso às Chaminés far-se-ia por um caminho diferente, dado o interesse de Cyrus Smith em explorar o lago e a zona de arvoredo que o cercava. Desceram, pois, em direcção ao contraforte da montanha, onde, segundo tudo indicava, devia estar situada a nascente do riacho. O engenheiro caminhava sem dizer palavra, atento à mais pequena coisa; de vez em quando, guardava nos bolsos pequenas amostras de espécies botânicas e mineralógicas que ia apanhando aqui e acolá. Como sempre, Pencroff, Harbert e Nab abriam a marcha, seguidos por Top, entretido a farejar todos os recantos.
De repente, Harbert voltou para trás precipitadamente.
- O que é que foi, meu rapaz? - perguntou-lhe Gedeão Spilett.