A Ilha Misteriosa - Cap. 6: CAPÍTULO VI Pág. 36 / 186

- Fumo! Vimos uma coluna de fumo a subir entre aqueles rochedos ali adiante!

- É melhor não nos mostrarmos, sem saber do que se trata - disse Cyrus Smith. - Podem ser indígenas... Onde está o Top?

- Lá à frente - respondeu o jovem.

- E não ladra? - perguntou o engenheiro.

- Não, senhor.

- É estranho... De qualquer forma, é melhor trazê-lo para aqui.

Instantes depois, já o grupo, incluindo o cão, estava escondido atrás de uns penhascos de basalto. O fumo era claramente visível, amarelado e com um cheiro pestilento muito característico. Tanto bastou ao engenheiro para reconhecer a existência naquele local de uma fonte natural sulfurosa, excelente para tratar afecções da garganta.

- Só tenho pena de não estar constipado! - exclamou Pencroff.

Passaram pela nascente, donde se libertava um intenso odor a ácido sulfídrico, e continuaram a caminhada.

Ao princípio da tarde, o faro de Top e a perícia de Nab providenciaram a caça de que tanto precisavam para a refeição da noite: dois soberbos marás, roedores muito parecidos com as lebres, mas maiores, de orelhas compridas e pelagem amarela.

Pencroff ficou entusiasmado:

- Hurra! Já temos assado! Toca a voltar para casa! Os exploradores já tinham chegado, por essa altura, à margem ocidental do lago. O sítio valia bem a pena ser visto.

A extensão de água doce, muito límpida, cobria uma área de cerca de duzentos hectares, com margens belamente arborizadas, povoadas de patos-bravos, pelicanos, galinhas-d'água, maçaricos e outras aves aquáticas. Spilett não se conteve e exclamou:

- Mas que lago tão bonito! Não seria mal pensado viver aqui.

- E por que não? - respondeu Cyrus Smith.

A tarde avançava e eram horas de voltar às Chaminés.

Depois do jantar, o engenheiro tirou do bolso as amostras de minerais que andara a recolher durante o dia, e disse:

- Meus amigos, temos aqui ferro, pirite, argila, cal e carvão.





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