A Ilha Misteriosa - Cap. 8: CAPÍTULO VIII Pág. 45 / 186

Todavia, os penedos de granito, lisos e direitos, não apresentavam a menor cavidade, Dirigiram-se, depois, para as margens norte e leste do lago, que ainda não conheciam. Harbert e Nab seguiam à frente, enquanto Smith, Spilett e Pencroff caminhavam um pouco atrás, em passo mais vagaroso. O engenheiro pensava ir encontrar, finalmente, o escoadouro, ou cascata, por onde se fazia a descarga das águas do lago para o mar. Mas, depois da volta completa, de escoadouro nem sinal!

- E, todavia, ele tem de estar em algum lado! - repetia Cyrus Smith, bastante intrigado. - E se não está à vista, é porque só pode ser um canal escavado no maciço de granito.

- Diga-me lá, meu caro Cyrus, isso tem assim tanta importância? - perguntou Gedeão Spilett.

- Tem e bastante! - respondeu o engenheiro. - Se as águas escavaram uma saída através da penedia, é provável que haja grutas que nos sirvam de habitação... depois de desviarmos as águas, está claro!

- E se a água se escoar pelo fundo? Por um canal subterrâneo? - perguntou Harbert.

- Nesse caso teremos de construir a nossa habitação, visto que a Natureza não nos fornece nenhuma - rematou o engenheiro.

A tarde avançava e o grupo já se dispunha a regressar às Chaminés, quando Top, que corria à frente, começou a dar sinais de grande agitação. O inteligente animal ora corria para a margem, ora voltava para trás, ladrando furiosamente. O dono acabou por lhe prestar atenção:

- O que é isso, Top? O cão correu para o dono, voltou a disparar para a margem e mergulhou.

- Top! Aqui já! - gritou Cyrus Smith.

- Mas o que haverá lá em baixo? - perguntou Pencroff, observando atentamente a superfície do lago.

- Se calhar, o Top pressentiu algum animal - disse Harbert.

De repente, uma cabeçorra surgiu à superfície.





Os capítulos deste livro