- E, todavia, ele tem de estar em algum lado! - repetia Cyrus Smith, bastante intrigado. - E se não está à vista, é porque só pode ser um canal escavado no maciço de granito.
- Diga-me lá, meu caro Cyrus, isso tem assim tanta importância? - perguntou Gedeão Spilett.
- Tem e bastante! - respondeu o engenheiro. - Se as águas escavaram uma saída através da penedia, é provável que haja grutas que nos sirvam de habitação... depois de desviarmos as águas, está claro!
- E se a água se escoar pelo fundo? Por um canal subterrâneo? - perguntou Harbert.
- Nesse caso teremos de construir a nossa habitação, visto que a Natureza não nos fornece nenhuma - rematou o engenheiro.
A tarde avançava e o grupo já se dispunha a regressar às Chaminés, quando Top, que corria à frente, começou a dar sinais de grande agitação. O inteligente animal ora corria para a margem, ora voltava para trás, ladrando furiosamente. O dono acabou por lhe prestar atenção:
- O que é isso, Top? O cão correu para o dono, voltou a disparar para a margem e mergulhou.
- Top! Aqui já! - gritou Cyrus Smith.
- Mas o que haverá lá em baixo? - perguntou Pencroff, observando atentamente a superfície do lago.
- Se calhar, o Top pressentiu algum animal - disse Harbert.
De repente, uma cabeçorra surgiu à superfície.