- É um manatim! - exclamou Harbert.
Mas não era um manatim; as narinas abertas na parte superior do focinho identificavam um dugongo, uma espécie de mamífero marinho. O enorme animal lançou-se sobre o cão, filou-o e mergulhou. Nab fez menção de se atirar ao lago com o seu pau ferrado, mas o patrão segurou-o pelo braço. Entretanto, desenrolava-se uma luta desigual e terrível debaixo de água! Era por demais evidente que Top não conseguiria resistir em semelhantes condições...
Subitamente, porém, perante o olhar atónito de Cyrus e dos companheiros, o cão reapareceu à superfície no meio de um círculo de espuma, subiu vários metros nos ares, voltou a cair e nadou para a margem sem ferimentos graves. Contudo, mais estranho ainda que o miraculoso salvamento de Top, era o facto de a luta continuar lá em baixo! Teria o dugongo sido atacado por outro animal mais forte e, por causa disso, largado o cão? A luta não durou muito, porém. De repente, as águas tingiram-se de sangue e o dugongo voltou a aparecer à tona, acabando por ir dar à margem sul do lago.
Os colonos correram para lá. O dugongo estava morto. O enorme corpo, com mais de quatro metros de comprimento e perto dos dois mil quilos de peso, apresentava uma ferida no pescoço que, pelo aspecto, dir-se-ia ter sido feita por um objecto cortante. Ora que espécie de animal marinho poderia ter morto o formidável dugongo daquela maneira? Ninguém fazia a menor ideia. Cyrus Smith e os companheiros empreenderam o caminho de regresso às Chaminés, vivamente impressionados com o incidente que acabavam de presenciar.
Ao outro dia, 7 de Maio, o engenheiro e o repórter voltaram à pequena praia do lago, onde o dugongo viera morrer. Smith não só tencionava aproveitar a gordura e a carne do enorme animal, como não deixava de pensar no misterioso combate submarino da véspera.