A Ilha Misteriosa - Cap. 10: CAPÍTULO X Pág. 60 / 186

Enquanto comiam, observavam a grande baía invadida por blocos de gelo, tão desolada como uma praia da região antárctica e tão diferente da costa da ilha Lincoln onde se tinham instalado...

Gedeão Spilett quebrou o silêncio, exprimindo o que ia na cabeça de todos:

- Se o furacão nos tivesse atirado para estas bandas, mas que péssima impressão não teríamos da nossa futura terra!

- Estou convencido de que nem chegaríamos à praia - respondeu o engenheiro. - O mar aqui é muito fundo, sem rochas nem bancos de areia... Não, aqui não havia salvação possível!

Finda a refeição, os colonos prosseguiram a exploração e dali a pouco chegavam aos pântanos cobertos de limos, juncos e erva espessa. Era de recear que, pelo tempo quente, aquele local fosse bastante insalubre, carregado dos miasmas que provocam o paludismo.

Como se previa, o imenso paul era habitado por muitas aves aquáticas que sobrevoavam a erva alta. Eram tantos os patos-bravos, as narcejas e as galinholas, e em bandos tão cerrados, que bastaram umas flechadas para abater uma dúzia de patos- -tadornos, que Top corria a recolher. Sem dúvida que os colonos tinham ali uma abundante reserva de caça! Pelas cinco da tarde, Cyrus Smith e os companheiros empreenderam o caminho de regresso, atravessando o pântano dos Tadornos, como passaram a chamar-lhe.





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