A Ilha Misteriosa - Cap. 12: SEGUNDA PARTE: O ABANDONADO - CAPÍTULO I Pág. 67 / 186

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- Ao mundo? - perguntou o repórter, na brincadeira.

- Não, à ilha! E se o senhor Smith nos arranjasse uma vela, punha-se aqui um mastro e íamos longe! Vá, subam todos, que diabo! Sempre quero ver se o nosso bote pode com os cinco.

E, na verdade, convinha fazer essa experiência. Depois de embarcarem, Pencroff manobrou o barco para fora do canal, e, com Nab e Harbert nos outros remos, dirigiram-se para a foz do Mercy. Ultrapassada esta, contornaram a ponta que separava a praia da Casa de Granito da grande baía do pântano dos Tadornos. O mar estava calmo e o barquinho navegava na perfeição, sempre junto à costa.

O repórter ia desenhando a traços largos os pormenores do litoral; Nab, Pencroff e Harbert conversavam animadamente disto e daquilo, e Cyrus Smith olhava a praia sem dizer uma palavra. Subitamente, Harbert pôs-se de pé e apontou um ponto escuro no areal.

- Que será aquilo acolá na praia?

Pencroff apurou a vista e declarou sem hesitar:

- Barricas! São barricas que vieram dar à costa. Se calhar, estão cheias!

- Toca a remar para terra! - comandou Smith.

O marinheiro não se enganara. Eram mesmo duas barricas, quase enterradas na areia, amarradas a um grande caixote, que, desse modo, viera a boiar para terra. O caixote era de excelente qualidade, todo forrado a couro e com pregos de cobre; por outro lado, as cordas que o prendiam às barricas estavam solidamente amarradas com "nós de marinheiro", conforme notou logo Pencroff, que ardia de impaciência e curiosidade.

Por ele, rebentavam já ali o caixote à pedrada, mas o engenheiro observou que seria mais conveniente rebocar tudo até à praia da Casa de Granito, onde facilmente abririam o caixote sem o danificar. Concordaram todos, e, após terem atado solidamente as barricas ao bote, remaram para casa.





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