Para maior segurança, ainda colocaram uns quantos pedregulhos a toda a volta do réptil e correram a buscar a carroça construída por Pencroff, cujo único "defeito" era o de ter de ser puxada à força de braços, à falta de animais de tiro. Porém, quando voltaram, só acharam o sítio! A tartaruga desaparecera sem deixar rasto!
- Esta agora! Então, afinal, estes bicharocos conseguem voltar-se sozinhos? - espantou-se Nab.
- Pelos vistos... - respondeu Harbert.
O rapaz mirava os pedregulhos, perplexo, sem compreender o que se passara.
Regressaram, pois, com a carroça vazia, e Harbert foi sem demora contar ao engenheiro o sucedido. Cyrus Smith estava a ajudar Pencroff no estaleiro improvisado. Depois de ouvir o relato dos acontecimentos com toda a atenção, perguntou a que distância do mar tinham deixado a tartaruga e, ainda, se a maré estava vazia, concluindo, pelas respostas de Harbert, que, provavelmente, com a subida da maré o animal conseguira voltar-se, coisa realmente impossível na areia seca.
No entanto, e apesar da explicação sugerida, estaria Smith realmente convencido? O bote ficou pronto a 29 de Outubro, precisamente no prazo prometido pelo marinheiro. Era uma espécie de canoa larga e de fundo chato, com três metros e meio de comprimento e três bancos, um à ré, outro ao meio e um terceiro à proa, além das forquilhas para os remos. Pencroff também não esquecera um terceiro remo de pá larga, destinado a governar a embarcação à popa.
Sem perda de tempo, trataram de experimentar o bote, pondo-o a flutuar nas águas do canal. Pencroff subiu para o barquinho e, depois de se certificar de que não metia água, concluiu que estava em perfeitas condições para navegar.
- Hurra! - gritou ele, entusiasmado. - Com isto até se dava a volta.