A Rosa do Adro - Cap. 12: CAPÍTULO 12 Pág. 110 / 202

- Oh! não, por maneira nenhuma - respondeu ele subitamente, como se aquelas palavras lhe fizessem sugerir uma ideia repentina. - Desejo também voltar para a minha aldeia e viver lá eternamente. A vida ali deve ser efetivamente mais sossegada, mais encantadora, principalmente para dois corações que se amam... Não é assim, Sra. D. Deolinda?

- Então que é isso? - atalhou a baronesa - Já se esqueceram da minha recomendação?... Continuam a tratar-se com a mesma delicadeza e cerimónia?

- Perdão, Sra. baronesa, eu não me atrevia...

- Ora ele também tem razão, mamã - disse a jovem, sorrindo-se. - Pois quer que num momento percamos assim o pejo? Mas não tem dúvida; eu encarrego-me de fazê-lo obedecer-lhe. Quer ver?... ó Fernando, olha para mim... És meu amigo?

- És um anjo, minha Deolinda! - respondeu Fernando com ar prazenteiro.

Estas palavras foram acolhidas pelas duas senhoras com alegre expansão, e Deolinda ia de novo tomar a palavra quando assomou à porta da sala um criado, que anunciou:

- O Sr. conselheiro Martins.

- Chegou o nosso parceiro de voltarete - exclamou a baronesa. Depois, dirigindo-se ao criado, continuou:

- Introdu-lo para aqui e depois serve-nos o chá.

Momentos decorridos, entrava na sala o conselheiro, que saudou afetuosamente as três pessoas que ali estavam.

O conselheiro Martins era homem de perto dos seus cinquenta anos, bem parecido e alegre como um rapaz de vinte, sendo um dos amigos mais afeiçoados da família da baronesa.

Depois dos cumprimentos, tomou assento perto de Fernando, e dispuseram-se todos para uma conversa animada, como era costume.

A baronesa foi a primeira que tomou a palavra, exclamando:

- Ora sabe, conselheiro, que tenho uma grande novidade a dar-lhe?

- Sim!.





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