A Rosa do Adro - Cap. 12: CAPÍTULO 12 Pág. 115 / 202

Fernando sentou-se a uma escrivaninha e traçou numa folha de papel as seguintes palavras:

"Rosa,

No sábado, à meia-noite, irei aí falar contigo. A essa hora ouvirás o antigo sinal porque me fazia anunciar e por ele te avisarei da minha chegada.

Desejo que esta minha visita seja completamente ignorada.

Fernando"

Dobrou o papel, meteu-o num envelope e, entregando-o a António, continuou:

- Provavelmente só partes amanhã, e por isso espera um pouco que irás dormir a minha casa.

- Agradeço, Sr. Fernando, mas tenho de partir imediatamente; é preciso que os criados da casa não deem pela minha falta.

- Vieste a pé?

- Não, senhor: vim a cavalo para me demorar o menos possível.

- Visto isso, não quero tomar-te mais tempo; mas, antes de partir, diz-me: como soubeste que eu estava aqui?

- Fui a casa do Sr. Fernando, e lá indicaram-me a da Sra. baronesa, dizendo-me que decerto o devia encontrar aqui.

- Bem: então parte e recebe os meus agradecimentos pelo serviço que me prestaste.

- Não tem que me agradecer. Sr. Fernando, estou sempre às suas ordens.

Dirigiram-se em seguida para a sala onde estava a baronesa, e António dispôs-se a despedir-se das duas senhoras.

- Então partes já, António?! - interrogou a baronesa.

- Sim, minha senhora, não posso demorar-me mais tempo.

- A estas horas e por essas estradas... Fica na nossa casa esta noite e vai pela manhã.

- É-me impossível, Sr.> baronesa.

- Então bebe um copo de vinho antes de te meteres a caminho.

E a baronesa tocou uma campainha, aparecendo minutos depois um criado a quem disse:

- Leva este jovem lá acima e dá-lhe de beber.

Depois, dirigindo-se a António, continuou: - E então adeus, António; faz visitas a toda a gente da aldeia e diz-lhe que brevemente iremos todos fazer-lhe uma longa visita.





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