A Rosa do Adro - Cap. 17: CAPÍTULO 18 Pág. 184 / 202

Logo que se viram a sós, os dois jovens enlaçaram-se num prolongado abraço, e duas palavras saíram instantâneas dos seus lábios.

Fernando exclamara:

- Minha querida esposa...

Rosa respondeu simplesmente:

- Fernando.

Passados esses primeiros momentos de enlevada ansiedade, o rapaz, entregue à alegria que lhe exaltava a alma e como esquecido dos seus próprios sofrimentos, exclamou:

- Minha querida Rosa, estamos enfim ligados para sempre; Deus abençoou a nossa união, e, apesar de já tarde, está reparado o meu erro. Sinto-me agora verdadeiramente feliz; havia aqui, no coração, um peso horrível que me atormentava a cada momento... Parece-me até que te amo agora mais do que nunca; e tu, Rosa?

- Eu, Fernandinho, não posso amá-lo mais...

- Perdão, Rosa - atalhou o jovem - proíbo-te desde este momento de me dares outro tratamento que não seja o que eu te dou. Trata-me por tu e desprende-te dessas delicadezas que não ficam bem a dois esposos que se estremecem.

- Mas...

- Já te disse e não admito razões em contrário.

- Pois que assim o queres...

- Assim mesmo. Continua...

- Olha, meu Fernando, agora vamos ser muito felizes, não é verdade? Logo que tu melhores, não me deixarás um só momento... Tenho-me visto tão longe de ti.

- Sim, minha pobre Rosa, havemos de ser muito felizes - respondeu o rapaz, estremecendo e anuviando-se-lhe o rosto.

Rosa percebeu aquela repentina mudança, e, ansiosa, exclamou:

- Que tens, Fernando? Meu Deus, como estás pálido!

- Sossega, não é nada... Foi a minha ferida... uma dor... mas já passou. Olha, Rosa, deixa-me beijar-te... Encosta a tua loura cabeça ao meu seio... Assim!... Como és linda!... E eu que te queria trocar por outra!

E os dois esposos, como esquecidos





Os capítulos deste livro