Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 21: CAPÍTULO XX

Página 191
Ela estava de joelhos; mas, não podendo suster-se, sentou-se num arfar de suspiros, ansiada, até que as lágrimas lhe explodiram numa torrente.

Frei João fez um trejeito de satisfação, um agouro de vitória, e pôs-lhe o preceito lenitivo: “Que a vexação cessasse imediatamente - impunha ele aos demónios malditos - toda a aflição causada por eles” et omnia afflictio a vobis causata. E atacou logo os demónios com o preceito instrutivo:

“Que imediatamente a prostrassem na presença dele - se ela estava possessa”: et statim coram me illam prosternatis. Marta, com efeito, estava prostrada, com a face no pavimento, estirando os braços no paroxismo epitético, e o colo e o tronco hirtos numa inflexibilidade tetânica.

- Não há que duvidar - disse o exorcista ao marido e ao pai da obsessa. – levem-na daqui e depois continuaremos.

Marta, passado o letargo, disse ao tio que mal se lembrava do que passara no oratório com o Sr. Frei João; mas que lhe tinha medo, que não queria mais confessar-se com ele.

- Cada vez mais provado que está obsessa. Já não é ela quem fala; é o demónio que me teme! - exclamou o exorcista com uma santa bazófia, refutando as vacilações um pouco céticas do brasileiro; ao passo que o Simeão asseverava que a filha tinha o demónio; porque a sua defunta mulher também o tinha, e se deitara ao rio porque nunca quisera que lhe fizessem as rezas.

Ao outro dia, vencidas as repugnâncias de marta, continuou o exorcista, carranqueando cada vez mais e pondo vibrações horrorosas na laringe. Deu-lhe a ela o seu brognolo para que lesse em voz alta os preceitos que a criatura vexada pode pôr ao demónio. Marta, de joelhos, diante do oratório, leu: demónio maldito, eu como racional criatura de deus, redimida com

<< Página Anterior

pág. 191 (Capítulo 21)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Brazileira de Prazins
Páginas: 202
Página atual: 191

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I 9
CAPÍTULO II 15
CAPÍTULO III 21
CAPÍTULO IV 32
CAPÍTULO V 46
CAPÍTULO VI 52
CAPÍTULO VII 59
CAPÍTULO VIII 67
CAPÍTULO IX 74
CAPÍTULO X 84
CAPÍTULO XI 101
CAPÍTULO XII 113
CAPÍTULO XIII 121
CAPÍTULO XIV 130
CAPÍTULO XV 141
CAPÍTULO XVI 157
CAPÍTULO XVII 166
CAPÍTULO XVIII 173
CAPÍTULO XIX 182
CAPÍTULO XX 190
CONCLUSÃO 196