Ela estava de joelhos; mas, não podendo suster-se, sentou-se num arfar de suspiros, ansiada, até que as lágrimas lhe explodiram numa torrente.
Frei João fez um trejeito de satisfação, um agouro de vitória, e pôs-lhe o preceito lenitivo: “Que a vexação cessasse imediatamente - impunha ele aos demónios malditos - toda a aflição causada por eles” et omnia afflictio a vobis causata. E atacou logo os demónios com o preceito instrutivo:
“Que imediatamente a prostrassem na presença dele - se ela estava possessa”: et statim coram me illam prosternatis. Marta, com efeito, estava prostrada, com a face no pavimento, estirando os braços no paroxismo epitético, e o colo e o tronco hirtos numa inflexibilidade tetânica.
- Não há que duvidar - disse o exorcista ao marido e ao pai da obsessa. – levem-na daqui e depois continuaremos.
Marta, passado o letargo, disse ao tio que mal se lembrava do que passara no oratório com o Sr. Frei João; mas que lhe tinha medo, que não queria mais confessar-se com ele.
- Cada vez mais provado que está obsessa. Já não é ela quem fala; é o demónio que me teme! - exclamou o exorcista com uma santa bazófia, refutando as vacilações um pouco céticas do brasileiro; ao passo que o Simeão asseverava que a filha tinha o demónio; porque a sua defunta mulher também o tinha, e se deitara ao rio porque nunca quisera que lhe fizessem as rezas.
Ao outro dia, vencidas as repugnâncias de marta, continuou o exorcista, carranqueando cada vez mais e pondo vibrações horrorosas na laringe. Deu-lhe a ela o seu brognolo para que lesse em voz alta os preceitos que a criatura vexada pode pôr ao demónio. Marta, de joelhos, diante do oratório, leu: demónio maldito, eu como racional criatura de deus, redimida com