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Capítulo 6: CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO

Página 162

Parece constituir uma regra, como observou Is. Geoffroy St. Hilaire, nas variedades e espécies, que, quando uma parte ou órgão se repete muitas vezes na estrutura do mesmo indivíduo (como as vértebras nas serpentes, e os estames nas flores poliândricas), o número é variável; ao passo que é constante quando, mesma parte ou órgão ocorre em menor número. O mesmo autor e alguns botânicos observaram também que muitas partes são também susceptíveis à variação de estrutura, na medida em que esta «repetição vegetativa», para usar a expressão do Professor Owen, é aparentemente indício de baixa organização; o comentário anterior parece ligar-se à opinião bastante geral dos naturalistas de que os seres situados mais abaixo na escala da natureza são mais variáveis do que os que estão situados mais acima. Presumo que a inferioridade neste caso significa que as diversas partes da organização foram apenas ligeiramente especializa das para funções particulares; e desde que a mesma parte tenha de realizar trabalho diversificado, podemos talvez ver porque permanece variável, isto é, porque a selecção natural preservaria ou rejeitaria cada pequeno desvio menos cuidadosamente do que quando a parte tem de servir para um propósito específico apenas. Da mesma maneira que uma faca para cortar todo o género de coisas pode ter quase qualquer forma, enquanto uma ferramenta para um fim particular tem de ter uma forma particular. Nunca se deve esquecer que a selecção natural pode agir sobre cada parte de cada ser, unicamente para sua vantagem e através dela.

Alguns autores afirmaram, e creio ser verdade, que as partes rudimentares tendem a variar bastante. Teremos de regressar ao tema geral dos órgãos rudimentares e atrofiados; e acrescentarei aqui apenas que a sua variabilidade parece dever-se à sua inutilidade e, portanto, ao facto de a selecção natural não ter como impedir os desvios na sua estrutura.

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pág. 162 (Capítulo 6)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 162

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491