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Capítulo 6: CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO

Página 180
Quando as linhagens mais antigas e puras de várias cores se cruzam, vemos uma forte tendência para o reaparecimento do matiz azul e das riscas e marcas nos mistos. Afirmei que a hipótese mais provável para explicar o reaparecimento de caracteres muito antigos é a de haver nas crias de cada geração sucessiva uma tendência para produzir o carácter há muito perdido, e que esta tendência, devido a causas desconhecidas, por vezes prevalece. Acabámos de ver que em diversas espécies do género equino as listras ou são mais nítidas ou aparecem mais comummente na cria do que no adulto. Chame-se às linhagens de pombos, das quais algumas geraram animais puros durante séculos, «espécies»; como é exacta a analogia entre este caso e o das espécies do género equino! Por mim, atrevo-me com confiança a recuar mentalmente milhares sobre milhares de gerações, e vejo um animal listrado como uma zebra, mas talvez noutros aspectos muito diferentemente concebido, o antecessor comum do nosso cavalo doméstico, descenda ou não de uma ou mais castas selvagens, do burro, do hemíono, do quaga, da zebra.

Quem acredita na criação independente de cada espécie equina afirmará, presumo, que cada espécie foi criada com uma tendência para variar, em estado de natureza como sob domesticação, desta maneira particular, de modo a tornar-se amiúde listrada, como as outras espécies do género; e que cada espécie foi criada com uma forte tendência para produzir, quando cruzada com outra espécie que habita partes distantes do mundo, híbridos que nas suas listras se assemelham, não aos próprios progenitores, mas a outras espécies do género. Consentir nesta perspectiva é, parece-me, rejeitar uma causa real a favor de uma causa irreal, ou pelo menos desconhecida. Transforma

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pág. 180 (Capítulo 6)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 180

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491