A Origem das Espécies - Cap. 7: CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA Pág. 192 / 524

De maneira que, em qualquer região e em qualquer época, deveríamos ver apenas algumas espécies que apresentam ligeiras modificações de estrutura com alguma permanência; e isto seguramente observamos.

Em segundo lugar, as áreas hoje contínuas têm frequentemente de ter existido no período recente em parcelas isoladas, nas quais muitas formas, mais especialmente entre as classes que se unem para cada nascimento e vagueiam muito, se podem ter separadamente tornado distintas o suficiente ao ponto de serem classificadas como espécies representativas. Neste caso, devem ter existido anteriormente variedades intermédias a diversas espécies representativas e à sua antecessora comum em cada parcela descontínua de terra, mas estes elos terão sido suplantados e exterminados durante o processo de selecção natural, de modo que já não existirão em estado vivo.

Em terceiro lugar, quando duas ou mais variedades se tenham formado em diferentes parcelas de uma área estritamente contínua, ter-se-ão provavelmente formado variedades intermédias, a início nas zonas intermédias, mas geralmente terão durado pouco. Pois estas variedades intermédias, pelas razões que já se atribuiu (nomeadamente, pelo que sabemos acerca da efectiva distribuição de espécies intimamente próximas ou representativas e também de variedades reconhecidas), existirão nas zonas intermédias em menor número do que as variedades que tendem a conectar. Só por esta causa as variedades intermédias serão susceptíveis ao extermínio acidental; e, durante o processo de modificação posterior através da selecção natural, serão quase de certeza vencidos e suplantados pelas formas que conectam; pois estas, por existirem em maior número, apresentarão no seu todo mais variação, e assim serão mais aperfeiçoadas através da selecção natural e obterão vantagens suplementares.





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