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Capítulo 7: CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA

Página 194
No entanto creio que tais dificuldades têm pouquíssimo peso.

Aqui, como noutras ocasiões, encontro-me em grande desvantagem, pois dos muitos casos impressionantes que recolhi, só posso apresentar um ou dois exemplos de hábitos e estruturas transicionais em espécies intimamente próximas do mesmo género; e de hábitos diversificados, constantes ou ocasionais, na mesma espécie. E parece-me que nada menos do que uma longa lista de tais casos é suficiente para atenuar a dificuldade em qualquer caso particular como o do morcego.

Veja-se a família dos esquilos; aqui temos a mais subtil gradação, desde animais que têm caudas apenas ligeiramente achatadas, e outros, como observou Sir J. Richardson, cuja parte posterior do corpo é bastante ampla e a pele nos flancos bastante cheia, até aos chamados «esquilos voadores»; e os esquilos voadores têm os membros e mesmo a base da cauda unidos por uma grande superfície de pele, que serve de pára-quedas e lhes permite planar até uma distância surpreendente de árvore para árvore. Não podemos duvidar de que cada estrutura é útil a cada tipo de esquilo na sua própria região, permitindo-lhe escapar às aves ou outros predadores, ou recolher alimentos mais rapidamente, ou, como há razão para crer, diminuindo o perigo das quedas ocasionais. Mas daqui não se segue que a estrutura de cada esquilo é a melhor que se pode conceber sob todas as circunstâncias naturais. Mude-se o clima e a vegetação, permita-se a imigração de outros roedores rivais ou novos predadores, ou a modificação dos antigos, e toda a analogia nos levaria a crer que pelo menos alguns esquilos diminuiriam numericamente ou seriam exterminados, a menos que também se modificassem e aperfeiçoassem em estrutura, de uma maneira correspondente.

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pág. 194 (Capítulo 7)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 194

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491