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Capítulo 7: CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA

Página 196
No entanto, a estrutura de cada uma destas aves é boa para a própria ave, sob as condições de vida a que está sujeita, pois cada uma tem de viver através de uma luta; mas não é necessariamente a melhor condição possível entre todas as condições possíveis. Não se deve inferir destas observações que qualquer dos graus de estrutura alar a que aqui se aludiu, que talvez possam ter resultado todos do desuso, indicam as etapas naturais por meio das quais as aves adquiriram o seu perfeito poder de voo; mas servem, pelo menos, para mostrar quais os meios diversificados de transição possíveis.

Vendo que alguns membros de classes de animais que respiram na água, como os Crustacea e os Mollusca estão adaptados à vida em terra, e vendo que temos aves e mamíferos voadores, insectos voadores dos tipos mais diversificados, e que já tivemos répteis voadores, é concebível que os peixes voadores, que hoje planam grandes distâncias, subindo e desviando-se ligeiramente com a ajuda das barbatanas agitadas, se pudessem ter modificado, tornando-se animais perfeitamente alados. Se isto se tivesse realizado, quem poderia alguma vez imaginar que num estado transicional incipiente estes tinham sido habitantes do oceano aberto e tinham usado os seus órgãos de voo incipientes exclusivamente, tanto quanto sabemos, para evitar ser devorados por outros peixes?

Quando vemos qualquer estrutura altamente aperfeiçoada para qualquer hábito particular, como as asas de uma ave para voar, devíamos ter em mente que os animais que exibem graus transicionais incipientes da estrutura raramente continuarão a existir até aos dias de hoje, pois terão sido suplantados pelo próprio processo de aperfeiçoamento por meio de selecção natural. Além disso, podemos

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 196

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491