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Capítulo 2: CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO

Página 20
O Sr. Blyth, cuja opinião, pelo seu vasto e variegado arsenal de conhecimentos, devo valorizar mais do que a de quase toda a gente, pensa que todas as linhagens de aves domésticas provêm da galinha-da-índia comum (Gallus bankiva). No que se refere aos patos e coelhos, cujas linhagens diferem consideravelmente entre si em estrutura, não duvido de que todos descendem respectivamente do pato e do coelho selvagens comuns.

A doutrina da origem das nossas diversas variedades domésticas a partir de diversas castas aborígenes foi levada por alguns autores a um extremo absurdo. Acreditam que cada variedade que se reproduz bem, por muito ligeiros que sejam os caracteres distintivos, teve o seu protótipo selvagem. Por este andar, só na Europa têm de ter existido pelo menos uma vintena de espécies de gado bovino selvagem, igual número de ovelhas e diversas cabras, inclusive no Reino Unido. Um autor crê que existiram anteriormente no Reino Unido onze espécies selvagens peculiares de ovelhas! Quando consideramos que hoje as Ilhas Britânicas mal têm um só mamífero peculiar, e a França apenas alguns distintos dos da Alemanha e vice-versa, o mesmo acontecendo na Hungria, Espanha, etc., mas que cada um destes reinos possui diversas linhagens peculiares de gado bovino, ovino, etc., temos de admitir que muitas linhagens domésticas se originaram na Europa; pois de onde poderiam provir, já que estes diversos países não têm um número de espécies peculiares como castas antecessoras distintas? Assim acontece na Índia. Mesmo no caso dos cães domésticos de todo o mundo, os quais admito em absoluto que descendem provavelmente de diversas espécies selvagens, não posso duvidar de que houve uma grande quantidade de variação hereditária. Quem pode acreditar que animais intimamente semelhantes ao galgo italiano, ao cão-de-santo-humberto, ao buldogue, ao Blenheim spaniel, etc.

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 20

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491